sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ajedrez - Jorge Luis Borges


Jorge Luis Borges (1899-1986), escritor argentino, um dos maiores do século XX. É famoso principalmente pelos seus contos, mas também foi poeta, crítico, ensaista e tradutor. Nos deixou esses dois sonetos que, de forma filosófica, definem bem a grandiosidade e infinitude do xadrez.
Abaixo, vídeo com os dois sonetos declamados pelo próprio Borges.

I

En su grave rincón, los jugadores
Rigen las lentas piezas. El tablero
Los demora hasta el alba en su severo
Ámbito en que se odian dos colores.

Adentro irradian mágicos rigores
Las formas: torre homérica, ligero
Caballo, armada reina, rey postrero,
Oblicuo alfil y peones agresores.

Cuando los jugadores se hayan ido
Cuando el tiempo los haya consumido,
Ciertamente no habrá cesado el rito.

En el oriente se encendió esta guerra
Cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra,
Como el otro, este juego es infinito.

II

Tenue rey, sesgo alfil, encarnizada
reina, torre directa y peón ladino
sobre lo negro y blanco del camino
buscan y libran su batalla armada.

No saben que la mano señalada
del jugador gobierna su destino,
no saben que un rigor adamantino
sujeta su albedrío y su jornada.

También el jugador es prisionero
(la sentencia es de Omar*) de otro tablero
de negras noches y de blancos días.

Dios mueve al jugador, y éste, la pieza.
¿Qué Dios detrás de Dios la trama empieza
de polvo y tiempo y sueño y agonías?



*Omar Khayyam (1048-1131) - matemático, astrônomo e poeta persa. Escreveu: A vida é um tabuleiro de xadrez, onde o Destino nos move como peões, dando mates com castigos. Quando termina o jogo, nos tira do tabuleiro e nos lança a todos na caixa do Nada.

4 comentários:

  1. Prezado,

    Parabéns pela iniciativa, e quando poder visite o meu blog sobre o xadrez: http:/ghandybh.blogspot.com

    Um abraço.

    Welton Vaz de Souza

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  2. Cuando ele fala essas duas estrofes, me dá um arrepio!!!

    Cuando los jugadores se hayan ido
    Cuando el tiempo los haya consumido,
    Ciertamente no habrá cesado el rito.

    En el oriente se encendió esta guerra
    Cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra,
    Como el otro, este juego es infinito.

    Muito bonito e muito bem escrito.

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  3. Mas hahhhhh loco veio!!!!!!
    Quanto tempo, quando puder da uma passada em http://rodeiodosventos.blogspot.com/ .
    Abração e Feliz Natal

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  4. O campeão Xico Xadrez, de Minas e Uberaba se foi. Esse Deus Maravilhoso o levou, certamente para desfrutar de momentos lindos da fala e do xadrez do Xico. Jorge Luis, magnifico poeta o encantava. Não há um Deus por trás de Deus. Mas um grande enxadrista como o Xico pode ser confundido com um mitológico deus do xadrez. Então se pode compreender que um Deus, por trás de deus move a peça... e dá xeque!
    Talma (enxadrista - Uberaba)

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