terça-feira, 21 de dezembro de 2010

II Torneio Aberto Cidade de dois Irmãos - 5º Lugar


E por fim o último torneio do ano! E como não poderia deixar de ser pelo clima natalino, o torneio foi realizado ao lado de uma gigantesca árvore de natal. Deve ser muito mais bonita à noite, quando iluminada.




O Torneio novamente foi muito bom e muito bem organizado. O pessoal de Dois Irmãos se esforça muito pra oferecer um excelente torneio e com premiação em dinheiro pra atrair jogadores das cidades vizinhas. Creio que a maioria dos jogadores de fora vieram de Porto Alegre - Eu, Natan, Guilherme Teixeira, Felipe Menna Barreto, Eduardo Munoa, Orguim e Wagner Pessopani. Uma verdadeira caravana, sempre prestigiando os torneios da região de olhos atentos para as primeiras colocações. Acredito que esse intercâmbio enxadrístico é sobretudo muito importante para a criançada que joga em Dois Irmãos. Jogando com jogadores fortes, vindos de fora, elas podem testar suas forças, aprender mais e assim ter maiores possibilidades de evoluir.


Alencar Nascimento x Antônio Costa Curta
Alencar empatou com Felipe M. Barreto na terceira rodada do torneio

O torneio para mim estava indo muito bem, até o Munoa aparecer pela frente na quarta rodada. Como já virou rotina, peguei ele novamente de pretas. Ele jogou uma espécie de ataque na minoria, trocando de plano no meio do caminho e voltando a ele novamente porque a estrutura exigia. No entanto, um cavalo meu bem situado em d6 parava qualquer plano do branco ali. Sem poder jogar b5, acredito que a posição do preto é até levemente superior. Mas lance vai, lance vem, eu acabei deslocando o meu cavalo de d6 e permitindo o fortíssimo b5 que me deixa com a estrutura quebrada na ala da dama. Consegui forçar f3 por parte do meu adversário deixando ele também com uma importante debilidade em e3 que deixa a partida teoricamente com chances iguais. Depois de algumas trocas chegamos a um final completamente balanceado, como se é possível ver na foto abaixo. Nos apuros de tempo, na bateção de peça usual para uma partida de 15x15, cometi alguns erros e com o jogo sempre preciso do meu adversário, não tive outra opção se não deitar meu rei.


Eduardo Munoa x Eider Cruz
Dois Irmãos, Dezembro 2010

Na quinta rodada joguei com o Orguim. Joguei novamente uma catalã e fiquei com um excelente posição. Após eu ter conseguido avançar suficientemete meu peão de "a" sem nenhuma resistência, fazendo um bom estrago na maioria do meu adversário na ala da dama e algumas manobras esquisitas do cavalo negro, fiquei com uma posição praticamente vencedora. Mas era preciso encontrar logo o plano da vitória, porque se meu adversário conseguisse se aliviar da encrenca que tinha se metido, suas possibilidades poderiam se tornar boas com um lance como "c5", ativando o cavalo e as demais peças. Embora a atividade dos meus bispos provavelmente continuaria sendo decisica. A posição crítica creio que tenha sido a seguinte:


Eider Cruz x João Carlos Orguim
Nessa posição a vantagem branca parece ser clara: melhor estrutura, peças melhores colocadas (vide cavalo preto em a6), rei melhor protegido. No entanto as coisas não me parecem tão simples assim (ou são e sou eu que complico demais). O lance que escolhi para iniciar o ataque foi 1. d5 a idéia é jogar Td4 pra colocar imediatamente apuros ao rei adversário pela eminência do sacrifício Dxh6+ seguido de Th4 mate. 1. ... Te8! Um lance bastante lógico e bom. Já coloca a minha idéia de Td4 fora de cogitação e tenho que procurar uma casa para minha dama. Primeiramente pensei em Dd4 para colocar pressão na diagonal, mas depois de cxd5, não consegui enxergar nada de concreto. Foi então que me veio 2. d6 em mente que cria pelo menos um peão passado muito forte. Mas a idéia principal era colocar problemas para o bispo de d7 que ficaria indefeso após a troca indireta de damas. 2. ... Txe3 3. dxc7 Te6 (forçado) 4. Bd8 Tirando o bispo do ataque, defendendo o peão de c7 e mantendo o bispo de d7 sobre pressão. 4. ... Be8 5. Bh3 f5 (forçado de novo) 6. Te1! O cerne da questão. 6. ... Txe1 7. Txe1 Cxc7? Perde uma peça de imediato, facilitando a tarefa das brancas. 7. ... Bf7 ofereceria maior resistência e os lances vencedores seriam um pouco mais difíceis de encontrar, por exemplo 8. Te7 Rg8 9. g4 Rf8 10. gxf5 e se 10. ... Cxc7 então fxg6, também ganhando uma peça.

Obs: essas análises foram feitas sem ajuda de nenhum engine, portanto se houver algum lance que o leitor ache melhor ou alguma análise errônea, por favor deixe um comentário.

A partida estava se encaminhando para uma vitória tranquila, até chegar a seguinte posição com mate inevitável e a partida tomar rumos inesperados.


Eider Cruz x João Carlos Orguim

Nessa posição o lance cabia às negras que, no desespero da eminência do mate, jogaram 1. ... Te2 entregando sua própria torre para evitar o mate. No entanto, eu já tinha fotografado o mate e não tinha percebido o lance do meu adversário na velocidade dos segundos finais( o Orguim tinha uns 5 segundos e eu uns 12). Joguei imediatamente 2. Th2+?? meu adversário não teve dúvidas 2. ... Txh2 nesse momento eu parei o relógio e chamei o árbitro Marcelo Konrath alegando lance impossível. Rapidamente ficou provado que eu tive uma ilusão de ótica e que o lance era possível. O árbitro me deu, acertadamente na minha opinião, apenas uma advertência por ter parado o relógio e reclamado indevidamente, sobre protestos do meu adversário que queria uma punição mais severa. No fim, o Orguim teve que sacrificar a torre pelo meu peão para não perder no tempo e a partida terminou empatada. Conclusão que eu tiro dessa partida (e de outras que tenho jogado nos últimos tempos, desde a Semifinal do Campeonato Brasileiro): Quando eu estou com uma posição tecnicamente ganha, eu sou um perigo para mim mesmo.


Eider Cruz x Orguim
Dois Irmãos, dezembro 2010


Na sexta rodada joguei com o Felipe Menna Barreto. Estava sem cabeça para o jogo e acabei perdendo sem oferecer muita resistência. Na última rodada joguei contra José Pedro Costa Curta que aos oito anos de idade já tá dando trabalho para muito marmanjo. Uma grande promessa do xadrez gaúcho.

E por fim, foto com os premiados da categoria absoluta juntamente com o árbitro do torneio:



Maiores informações, resultados completos, cross table e mais fotos:

É isso ae, amigos!
Tenham todos um feliz natal com muita paz no coração.
=]


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Campeonato Aberto e Torneio Natalino do Metrópole Xadrez Clube

Mais um ano está chegando ao fim e o xadrez gaúcho vai dando alguns sinais de vida. Pelo que eu pude constar pelo site Xadrez Gaúcho, há torneios constantemente sendo realizados em Santana do Livramento, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Igrejinha e Dois Irmãos. Ou seja, embora nossa federação não exista legalmente, o nosso xadrez não parou as suas atividades.

E dessa vez os enxadristas foram brindados com mais dois excelentes eventos num só fim de semana (04/12 e 05/12), realizado pelo Highlander MXC. Uma pena que eu não achei as fotos do evento para poder ilustrar melhor para os leitores. Assim que eu conseguir algumas fotos com os organizadores, prometo postar aqui.

O torneio que se realizou no sábado foi em vários ritmos de jogo e o campeão foi Eduardo Munoa, empatado com o Peruano Jonathan de la Cruz. A minha participação foi mediana até boa parte do torneio, mas com 2 empates e duas derrotas não há torneio que se salve. No fim acabei ficando em nono lugar dentre os 34 participantes do torneio.

Uma das minhas derrotas foi para o Dayan. Joguei bem a abertura e entrei com certa vantagem no meio jogo. Quando iria começar a fase das manobras para tentar converter a vantagem eu joguei o 28. Dd3 seguido de bxc4 que perdem imediatamente.




O torneio do domingo foi um blitz em 13 rodadas, no qual participaram 23 jogadores, dentre ele o MF Luiz Ney Menna Barreto (2313) que ficou em segundo lugar, atrás apenas do campeão Vitor Hugo Ferreira. Eu acabei ficando em sétimo lugar com 7 vitórias, 1 empate e 5 derrotas. Apesar das 7 derrotas, foi um excelente fim de semana de xadrez. Depois dos eventos ainda fomos tomar umas cervejas, Guilherme Genro (um jogador tático aguerrido, André Gazola (um posicional agressivo) e eu (um simples mortal).

Amanhã, dia 19, teremos mais um evento na Cidade de Dois Irmãos. E eu estarei lá novamente, peleando ponto a ponto para defender o meu título.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Exercício III

Olá, enxadristas!

Mais um semestre se foi na faculdade e para celebrar comecei a ler o livro El Ajedrez de Torneo, no qual Brostein analisa todas as partidas do torneio de candidatos de 1953. O livro é muito interessante porque não nos apresenta aquelas infinitas análises e variantes como se fossemos máquinas, mas sim vai apresentando as idéias inerentes em cada posição, além das peculiaridades psicológicas inevitáveis em qualquer torneio de xadrez.

Folheando as páginas encontrei a posição abaixo na partida Stahlberg x Boleslavsky pela primeira rodada do torneio. Os jogadores acordaram empate após 1. Ce8+ Rg8 2. Cf6+ Rg7 3. Ch5+ Rg6 4. g4 Cc5. No entanto, a partir do diagrama apresentado, as brancas tem uma continuação que as deixa com vantagem decisiva. Não é nada fácil de encontrar, acredito que seja daquelas variantes inumanas. Mas em todo o caso lanço o desafio para os amigos. Dentro de alguns dias eu mostro a resposta. Deixem suas sugestões nos comentários e nada de Engines!

Jogam as brancas
Qual a melhor continuação?
Tema - Zug


Stahlberg x Boleslavsky
Torneio de Candidatos, 1953

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Torneio DC Navegantes no Correio do Povo

Nessa segunda-feira, dia 29 de novembro de 2010, foi publicada uma nota no Correio do Povo sobre o Torneio Aberto do DC shopping o que ressalta ainda mais o sucesso do evento. Para a minha surpresa , eu apareço em primeiro plano jogando contra Vinicius Eltz na foto ilustrativa. Ao Lado aparece João Carlos Orguim e ao fundo Guilherme Teixeira observando as partidas.



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Márcio Dornelles x Eider Cruz - Torneio Aberto da AABB



Análises e comentários por Márcio Dornelles



1.d4 Cf6 2.c4 g6 3.Cc3 d5 4.cxd5 Cxd5 5.e4 Cxc3 6.bxc3 Bg7 7.Be3
O lance textual foi utilizado por Karpov no match pelo título mundial de 1990. Uma opção mais popular é 7.Bc4. 7...c5 8.Dd2 Da5 9.Td1?! A variante crítica nessa posição é 9.Tb1 cxd4 10.cxd4 Dxd2+ 11.Rxd2. Outra possibilidade é Da5 9.Tc1 0–0 10.Cf3. O lance jogado é menos ativo e a prática tem demons
trado não ser esta a melhor posição para a TD. De toda forma, a retirada da Ta1, bem como o movimento Dd2, visam facilitar o futuro avanço d5, temático para o branco na Grunfeld. 9...0–0 10.Cf3 Bg4 Típica cravada da Defesa Grunfeld. Nessa posição o branco detém um forte par de peões centrais que, entretanto, é objeto de forte pressão por parte do preto através da diagonal a1–h8, coluna d, Cc6, Da5 e Bg4. Típica cravada da Defesa Grunfeld. Nessa posição o branco detém um forte par de peões centrais que, entretanto, é objeto de forte pressão por parte do preto através da diagonal a1–h8, coluna d, Cc6, Da5 e Bg4. 11.Be2 Td8 Nessa posição foi jogado 12- 0–0 Cc6 13 Db2 cxd4 14 cxd4 Td7 na partida Yugina (2032)-Danin (2420)- Memorial Tchigorin, 2004, com equilíbrio. 12.h3? Após 12... Bxf3 13 Bxf3 Cc6 14 0–0 cxd4 15 cxd4 16 Dxd2 Txd2 17 Bxd4 o peão central branco cai. 12...Be6? 13.0–0!?


O sacrifício do peão a2 tem sido utilizado como uma alternativa para o branco obter um jogo mais ativo na Grunfeld. Em troca do material o branco obtém uma larga iniciativa. No post mortem examinou-se a possibilidade 13.c4, com a idéia de seguir d5, que parece oferecer boas possibilidades para o branco após 13... Dxd2 14 Txd2 cxd4 15 Cxd4 Bd7 16-O-O. Entretanto, na análise caseira Fritz 12 apontou 13... Da3, um lance verdadeiramente inesperado que oferece importantes problemas ao branco, explorando a força do BR negro na longa diagonal. Uma possível variante: 14 Dc2 cxd4 15 Cxd4 Bxd4 16 Txd4 Cc6 17 Txd8 Txd8 18 0–0 Cd4 19 Bxd4 Txd4 20 Td1 Txd1 21 Bxd1, e o preto tem um final melhor, pela melhor estrutura de peões e atividade das peças. 13...cxd4 14.cxd4 Dxa2 15.d5 Dxd2 16.Txd2 Bc8

Essa posição é muito importante, porque nesse momento o branco deve escolher o plano que norteará suas ações no meio-jogo. Inicialmente pensei em ativar minhas torres impedindo qualquer avanço dos peões pretos na ala da dama, o que parece ser uma ideia. Ocorre que isso é insuficiente, o branco deveria também resolver a questão dos peões centrais, que em breve, como se verá, serão alvos de contra-ataque. Enquanto isso o preto deverá se preocupar com o seu desenvolvimento atrasado, ao mesmo tempo em que impede o avanço dos peões centrais.

17.Ta2 a6 18.Tc1 Cd7 19.Tc7 Essa penetração na sétima fila se mostrou inócua. Melhor seria reforçar a pressão na coluna c com 19 Tcc2. 19...Rf8 Não havia necessidade de defender o peão de e7, já que após 19... Cf6 20 Txe7 Bf8 21 Tc7 Cxe4 e o branco terá dificuldades para defender d5. 20.Cd4 A idéia desse lance era possibilitar um futuro f4, centralizar o cavalo e reduzir o alcance do BR preto na longa diagonal. 20. ... Be5 Obrigando a torre branca a voltar para casa de mãos vazias. Agora depois de Cf6 o branco terá dificuldades em mobilizar seu centro. Aos poucos Eider ativa suas peças.) 21.Tc1 Cf6 22.Cf3 Fritz aponta este lance também. A opção era Bd3 defendendo imediatamente o peão de e4 e projetando um futuro f4. A idéia do lance é simplesmente afastar o bloqueador Be5, ao mesmo tempo em que dificulta a ligação entre as torres.

22. ... Bb8 23.Bb6 Momento crítico. Esse lance era muito tentador, bloqueia os peões negros com ganho de tempo em cima da torre. Entretanto, e isso fará a diferença na posição, permite que o BR negro volte ao jogo ao ocupar a diagonal c1–h6. O simples 23-Bd3 daria bom jogo ao branco após 23... Bd7 24- Tb1 b5 25 Tca1 Tc8 e agora 26 Txa6 recupera o peão. 23...Te8 24.Tac2? Ponto de inflexão no jogo. A torre estava melhor colocada na coluna a. A alternativa era jogar 24 Bd3 ao que poderia seguir Bd7 25 Bd4 Tc8 26 Tb1 pressionando os peões da ala da dama. O branco não aproveita sua vantagem espacial, de caráter temporário, e aos poucos o preto resolve seus problemas de desenvolvimento. 24...Bd7 25.Bd3 Bf4 26.Tb1 O jogo mudou totalmente. As peças pretas agora estão ativas e há um peão de vantagem. 26...Tec8 27.Tcb2 Tc3! Iniciando a penetração pela coluna c e aproveitando a situação indefesa do Bd3. 28.Ce1 Tac8 29.Bd4 Tc1 30.Txb7? Já no apuro de tempo, o branco comete um erro grave. Era necessário jogar g3 e Rg2 livrando-se da incomoda cravada do Ce1. 30...Bb5! Aproveitando-se do erro anterior



31.Txc1 Txc1 32.Bxb5 axb5 33. Rf1 Bd2? O lance mais lógico, mas que permite que as brancas pelo menos igualem a partida. No entanto, 33. ... Cxe4 34. Re2 Cd6 mantem todas as vantagens da posição negra. 34. Re2 Bxe1 35. e5?? 35. d6!! colocaria o branco de volta no jogo 35. ... Cxd5 36. e6. fxe6 0–1


domingo, 28 de novembro de 2010

I Torneio Aberto DC Shopping de xadrez - 5º lugar


Uma sobrevida para o xadrez no Rio Grande do Sul. Mais um grande torneio foi realizado nesse sábado em Porto Alegre e contou com a presença de 49 enxadristas de várias cidades gaúchas. Ainda pela frente temos esse ano o Campeonato Aberto e o Torneio Natalino Relâmpago do MXC, o Torneio Aberto de Natal do Grêmio Náutico União e o II Torneio Aberto da Cidade de Dois Irmãos. Um fim de ano agitado em solo gaúcho.

No DC Navegantes tivemos uma grande surpresa. O campeão do torneio não foi Eduardo Munoa, Felipe Menna Barreto, MF Luiz Ney e nem mesmo o temível Ivan Boere, como muitos poderiam supor, mas sim o enxadrista de Santa Maria Guilherme Genro (1920 CBX).


Guilherme Genro - Campeão do Torneio e Vinicius Eltz

Guilherme empatou na última rodada com Luiz Ney, garantindo o título depois de ter vencido Boere, Munoa e a mim na terceira rodada numa partida, diga-se por passagem, lastimável. Jogamos uma Benoni na qual eu, jogando de brancas, garanti uma boa vantagem desde os primeiros lances da abertura e após um ataque equivocado por parte do meu adversário minha vantagem ficou decisiva. No entanto, no final da partida, quando já estava esperando que meu adversário se rendesse, acabei levando um golpe daqueles que a tempos não tomava. A posição era mais ou menos essa:
Eider Cruz x Guilherme Genro

Nessa posição eu joguei o infeliz 1. Ta3??? quando o simples Cd2 segurava toda a ala do rei e a vitória não tardaria a chegar. O golpe que levei foi bonito 1. ... Dxf3+ que leva mate forçado pela ameaça de Tb1+. Nessa hora me senti como Nakamura nesse vídeo que de tão trágico chega a ser cômico:




Antes dessa partida havia vencido o Jairo Luz na primeira rodada e na segunda, numa partida que sofri um trauma similar ao da partida jogada contra o Guilherme, venci o Abrão Spritzer. Na quarta rodada ainda meio abalado pela derrota anterior, enfrentei Leandro Castro, uma das melhores amizades conquistadas nesses anos de xadrez. Nossa partida foi boa, Leandro sacrificou duas peças pela torre e obteve um bom ataque como compensação, mas depois que o ataque foi segurado, consegui vencer a partida graças a vantagem material.

Na quinta rodada venci Vinicius Eltz e na sexta venci Márcio Camargo que no torneio mesmo me conseguiu o Livro do Bronstein sobre o torneio de candidatos de 1953. Um dos livros mais elogiados na história da literatura enxadrística.


Na última e decisiva rodada enfrentei de brancas Felipe Menna Barreto numa Índia de Dama. A partida ia tranquila até o Felipe resolver complicar as coisas com um d5 e após algumas trocas forçadas, entramos num final de torre em que o Felipe, bem ao estilo Capablanca dessa vez, conserva uma pequena vantagem e como num passe de mágica ganha forçadamente um peão e eu tive que lutar desesperadamente pelo empate. Fui vitorioso nessa tarefa porque o peão que o Felipe tinha a mais era o da torre e na ala do rei tínhamos 3 contra 3. Felizmente minha torre estava muito bem colocada por trás do peão passado, garantindo o empate que a essas alturas já era sustentado pelos séculos de teoria. Mesmo assim não foi nada fácil, pois eu tinha apenas 1min e meio no relógio e o felipe contava com 12, então as chances de eu cometer algum erro ali eram bastante grandes, mas pude jogar rápido e bem e assim conservar o empate.

Felipe Menna Barreto e Eider Cruz

Com 5,5 pontos em 7 possíveis fiquei em 5º lugar no torneio, empatado em pontos com Felipe e Luiz Ney. Tirando a tragédia da terceira rodada, o torneio para mim foi excelente em todos os quesitos. Organização, espaço e cumprimento dos horários estipulados pelo folder. Parabéns aos organizadores e idealizadores do evento!

Para finalizar, foto com todos os premiados:




Informações completas e fotos!

That's all Folks!

sábado, 27 de novembro de 2010

Torneio Aberto da AABB - Vice-campeão!


Dessa vez o torneio foi num sistema diferente. A primeira fase consistia em um sistema suiço de 5 rodadas no qual classificavam-se os quatro primeiros colocados para jogar a semifinal (1º x 3º e 2º x 4º) e final em 4 partidas de 5min. Ou seja, quem chegasse a 2,5 pontos vencia o match.

Na primeira fase a classificação geral ficou Eduardo Munoa em primeiro, Eu em segundo, Mário Fabris em terceiro e Fábio Goetz em quarto. O que não mudou nada depois dos Matches:

Semifinal

Eduardo Munoa 3 x 0 Mário Fabris
Eider Cruz 3 x 0 Fábio Goetz

Final

Eduardo Munoa 2 x 2 Eider Cruz
Armagedon - 0,5 x 0,5


Disputa 3º Lugar

Mário Fabris 2,5 x 0,5 Fábio Goetz

Fábio Goetz e Mário Fabris, Novembro 2010

Para quem não sabe, o Armagedon consiste em uma partida de 6min para as brancas e 5min para as pretas, com a vantagem do empate para o segundo jogador. Saí da abertura com uma pequena vantagem, mas depois que o Munoa por desatenção trocou duas peças pela minha torre, minha vantagem ficou muito grande. No entanto, após eu ter perdido um 31. Cd7 matador depois do cheque de torre no fundo, meu adversário tomou as rédeas da partida e não me deu mais chance. 31. Cd7 além de ameaçar a torre de b6, ameaçaria Cf8+ seguido de Cg6+ e Th8 mate, o que faz com que as negras sejam obrigadas a trocar a torre pelo cavalo ficando com peça a menos sem compensação alguma. Eis o vídeo da partida:



Depois dessa partida fui direto pra rodoviária encontrar minha namorada para irmos ver o show do Paul McCartney no Morumbi, já que não conseguimos os ingressos para assistir aqui no Beira-Rio. O show foi simplesmente indescritível, algo que vai ficar marcado pra sempre na minha memória. Compartilho com os amigos um vídeo com as primeiras músicas tocadas no show. Eletrizante:



É isso ae por ora pessoal!
Abraços!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Torneio Aberto Cidade de Dois Irmãos - Campeão!

Realizou-se no dia 13 de novembro o Torneio aberto cidade de Dois Irmãos. Acabei saindo campeão com 4,5 em 5, empatado em todos os critérios com Eduardo Munoa. É importante salientar a presença no torneio da gurizada - do sub 10 ao sub 18 - provinda de várias escolas da região, o que dá ainda esperança de um bom futuro para o xadrez gaúcho. Um exemplo é o jogador de apenas 8 anos de idade, José Pedro Costa Curta que já vem a um bom tempo acumulando títulos na sua categoria. Eu joguei com ele na primeira rodada e não foi nada fácil. O guri é cheio de idéias.

José Pedro Costa Curta x Eider Cruz
Dois Irmãos, 2010

Na segunda rodada enfrentei o enxadrista de Dois Irmãos Maikon Diel e na terceira enfrentei o amigo Natan numa partida muito curiosa, em que, embora eu tivesse vantagem no centro de peões, o meu rei se encontava desconfortável no centro. Mas mediante algumas trocas consegui aliviar a tensão e meu adversário abandonou antes que eu realizasse a vantagem.


Nessa posição eu joguei 1. ... Txe3 e após 2. Txe3 Db6 seguido de 3. ... Bc5 entrando num final com grande vantagem.

Na quarta rodada joguei com João Carlos Orguim, o árbitro oficial dos eventos muito bem organizados do Metrópole Xadrez Clube. Joguei uma Catalã e pude aproveitar bem a vantagem em espaço na ala da dama. Na quinta rodada joguei com Eduardo Munoa e após um meio jogo conturbado pra mim pela vantagem do par de bispos do meu adversário e um mate em 1 que ele deixou passar (o que é muito raro acontecer!) consegui segurar o empate no final. Acredito que a posição mais crítica da partida tenha sido essa:


Nessa posição meu adversário resolveu sacrificar um peão para abrir linhas para seus bispos com 1. e4 fxe4 2. fxe4 Cxe4 agora é interessante a variante 3. Bd5 Cxd2 4. Txe7 Cxb3 5. Bxb3 com boa vantagem pro branco. Munoa escolheu jogar 3. Bf4 e após Cdf6 as pretas continuam em maus lençóis, mas com chances de oferecer maior resistência.

Eduardo Munoa x Eider Cruz
Dois Irmãos, 2010


Maiores informações, resultados e muitas fotos:

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Semifinal do Campeonato Brasileiro Absoluto



Foi em São Paulo dessa vez a empreitada. Ainda não conhecia a cidade pessoalmente e acabei tendo uma surpresa muito boa. Viajei pensando que veria aquilo que nos mostram na televisão: congestionamento, estresse, helicópteros da polícia seguidos pelo Datena, nuvens de poluição, etc. Ou seja, uma cidade feia. Claro que fiquei restrito somente ao centro da cidade e que estávamos no meio de um feriadão e a cidade que vi não deve ser a mesma do dia-a-dia dos paulistanos, mas pelo menos pude perceber mais uma vez o quanto a televisão distorce os fatos e as imagens ao seu bel prazer. O que vi foram vias amplas e bem arborizadas, prédios e fachadas históricas, praças gigantescas que a vista não alcança onde termina e o mais incrível de tudo: a limpeza das ruas que causariam inveja a qualquer Porto Alegrense. Uma cidade onde eu moraria.

Do torneio fui sem saber muito o que esperar. Sabia que iria enfrentar jogadores muito fortes e desconhecidos pra mim - o que era uma desvantagem. Por outro lado eu devia ser o jogador mais desconhecido do torneio, já que raramente viajo para fora do RS para jogar e isso com certeza é vantajoso. Muito diferente do que é minha vida enxadrística em Porto Alegre. Gostaria de ter me preparado melhor na semana anterior ao torneio, no entanto a correria de faculdade, bolsa e as aulas de inglês que leciono, não me deixaram muita abertura para tal. O que eu pude fazer foi dar uma estudada breve nos meus adversários e verificar algumas linhas do meu repertório de aberturas (que não é muito brilhante, diga-se por passagem). O bom foi que fui para Sampa um dia antes do torneio e nesse dia então pude me concentrar e me preparar com mais calma.

O torneio, no geral, foi bom pra mim. Tirando os empates nas duas primeiras partidas que me fizeram começar perdendo bastante rating. No primeiro empate quase que não teve jogo. Joguei uma variante que há mais ou menos cem anos todos sabem que leva a empate e não deu outra. No segundo empate fiquei ganho após ter encaixado o b4, mas com muitos erros e muitos lances que muito bem mereceram interrogação tripla, acabei cedendo o empate. Uma pena.

Depois desse primeiro dia desastroso, tive que ter muita calma para que a lembrança dos resultados negativos não me afetassem psicologicamente. Na terceira partida peguei o jogador goiano Marceley e após ter saído com vantagem na abertura e contando com alguns erros do adversário, venci a partida num ataque de mate. Com dois em três já fiquei com mais ânimo e apesar que ainda estivesse perdendo rating, eu ainda continuava vivíssimo no torneio. Na quarta rodada peguei o classificado para final MF Bolivar (2286). Preparei bem abertura e acredito ter saído com vantagem, mas após o infeliz Te4 eu entro em complicações desnecessárias que dão vantagem pras negras. Nesse momento d6! ou Ca2 eram boas opções. No final pensei que eu poderia tirar algo da partida pelos peões passados em "d" e em "a", mas apurado no tempo, não percebi o leão f passado do meu adversário que derrubou o meu monarca.

Eider Cruz x MF Bolivar
Semifinal Brasileiro 2010


Na quinta e sexta rodadas vieram duas vitórias que me colocaram de volta no torneio. Na quinta contra o Ricardo Shutt (2143), numa siciliana muito estranha. Nunca tinha jogado contra 7. Df3, então tive que gastar bastante tempo na abertura, no entanto fiquei com uma boa posição e após um sacrifício equivocado do meu adversário, obtive uma posição vencedora, mas não sem susto, pela eminência do ataque na minha ala do rei com o a ameaça de g4. O bom é que ali eu tinha um Th8 na manga e fiquei tranquilo.

Na sexta partida veio a vitória que me valeu o torneio. O MF Aranha (2299) veio preparado pra enfrentar a mesma variante que joguei contra o MF Bolivar, desviando no quinto lance. Novamente tive que gastar bastante tempo na abertura em busca da melhor idéia e acabei achando, se não a melhor idéia, uma bem prática. Com e3-Ce2-Cc3-Bc4 e Td1 fiquei com uma posição muito segura e após algumas perdas de tempos do meu adversários (Th6-Tb6) venci a partida quase que naturalmente.

Logo após a sexta rodada pedi para tirar uma foto com a Bicampeã Brasileira 2009-2010 Vanessa Feliciano. O MF Aranha estava por perto e falou em tom de brincadeira, Não pode não, você acabou de vencer o mestre dela.

Vanessa Feliciano
MF Aranha à esquerda da foto.

Aproveitei também para tirar foto com o GM Fier e o MI Everaldo Matsuura.

GM Fier


MI Everaldo Matsuura

Depois da vitória na sexta rodada e do intervalo para as fotos, fui pra última rodada com chances muitos grandes, caso vencesse, de ficar entre os primeiros colocados do torneio. Teria sido uma façanha e tanto. No entanto, o MF Frederico Matsuura (2313) estava comandando as peças adversárias e venceu muito bem a partida, com sacrifício e tudo. O meu erro, novamente, foi não analisar a posição com objetividade, depois que senti a vantagem de espaço na ala do rei do meu adversário me preocupei excessivamente em me defender. No entanto, minhas peças estão bem articuladas no centro e eu conto com um cavalo bem colocado em d5, o bispo bem colocado na diagonal a8-h1. Ou seja, tudo pra oferecer uma boa resistência e inclusive pensar em colocar problemas para meu adversário. Mas não confiei no potencial da minha posição. O lance que inicia a derrocada é Te8. Ali já me preocupava em efetuar lances como Bf8 ou Cf8 pra segurar a ala do rei. Nesse momento um tranquilo Bb7 e Ta8, me conferiria bom jogo.

Com essa derrota fiquei apenas em 25º no torneio, empatado em pontos até o 15º, mas perdendo nos critérios de desempate. Foi uma boa experiência e foi um termômetro pra medir minhas possibilidades de agora em diante. Foi recém meu terceiro torneio FIDE e pude ganhar mais alguns pontinhos de rating.

Logo após o termino da última rodada, eu e o Rodrigo Borges fomos direto para o aeroporto pra aproveitar o ônibus que estava saindo rumo a Guarulhos e passamos a noite lá esperando o nosso voo. E depois de uma pizza sensacional e alguns pings cambaleantes acompanhados a cerveja, tivemos uma longa espera. Nessa espera já deu pra dar uma olhada nas partidas e analisar as besteiras que fizemos no aeroporto mesmo.


Guarulhos - novembro 2010


Links importantes

Emparceiramentos e resultados completos:

Visualizador com todas as partidas:



Nos próximos posts pretendo analisar algumas partidas jogadas na semifinal.
Abraço a todos!



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Circuito Pensado MXC - 4º lugar e Semifinal Brasileiro de Xadrez


Enfim, foram-se as três etapas classificatórias do circuito de Xadrez Pensado do Metrópole Xadrez Clube que classificaram 8 jogadores para jogar a Final no sistema de todos contra todos. O circuito contou com a participação de 38 jogadores, sendo que o campeão das três etapas foi Felipe Menna Barreto, com incríveis 13,5/15 e nenhuma derrota. Uma das partidas mais interessantes do circuito ocorreu na terceira rodada da última etapa, na qual Rodrigo Borges, o campeão do Torneio de Passo Fundo, conduziu as peças Brancas e o Campeoníssimo Felipe, as Pretas. A partida tem sua beleza garantida graças ao sacrifício de qualidade a la Petrossian, realizado pelo Felipe no 14º lance da batalha. Eis a partida:



Eu fiquei em 13º lugar na primeira etapa com duas derrotas doídas para Flávio Cardona e Karoly. Na segunda e terceira etapa eu fiquei em terceiro e em quarto respectivamente. Na classificação geral fiquei em 4º lugar, me classificando para final.

Informações completas:


Semifinal do Campeonato Brasileiro Absoluto de Xadrez

O circuito de xadrez pensado do MXC além de ter sido válido para movimentação do rating CBX dos participantes, serviu para apontar os dois representantes gaúchos para jogar a Semifinal do Campeonato Brasileiro em São Paulo. Como o Felipe Menna Barreto, o Vitor Hugo e o Flávio Cardona abriram mão de suas vagas, caberá a mim e ao Rodrigo Borges defender as cores do Rio Grande em terras Paulistas. Infelizmente a data da final do Circuito coincide com a data da semifinal, portanto, infelizmente não poderei jogar a final do circuito que ocorrerá nos dias 30 e 31 de outubro.

A minha participação na semifinal só foi viabilizada graças ao patrocínio mais do que bem vindo do Internet Xadrez Clube que há 10 anos investe no xadrez gaúcho e nacional. Fica aqui o meu agradecimento à toda equipe do IXC e em especial ao meu amigo Antônio Benevenga, idealizador do site.



Então é isso, nessa sexta-feira estou voando para São Paulo para nos dias 30-31-01 e 02 estar absorvida numa das principais competições do calendário do xadrez brasileiro. Até a volta!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estadual Universitário - 3° Lugar


O resultado novamente não foi o esperado, mas pelo menos dessa vez consegui jogar boas partidas. O torneio masculino contou com a presença de 7 jogadores: 3 da UFRGS, 2 da UPF, 1 da UCS e 1 da ULBRA. O sistema do torneio foi o todos contra todos, somente ida. O campeão pela segunda vez consecutiva foi o enxadrista da UPF Rodrigo Borges (2203) e em segundo o enxadrista da UCS André Gazzola. Minhas derrotas ocorreram exatamente para esse dois jogadores. No feminino a Campeã foi a enxadrista da UNISC Mitiele Majewski, seguida da enxadrista da UFRGS Kétina Timboni em segundo e Gabriela Rizzon também da UFRGS em terceiro.


André Gazzola x Eider Cruz



Nessa partida eu joguei numa posição restringida o tempo todo, sempre na ânsia de me libertar. Nesse momento em que a partida se dirigia ao seu final, cometi um erro crucial que me levou rapidamente à derrota. Muito graças a essa minha ansiedade pela liberdade e também ao tempo no relógio que começava a ficar escasso. O lance que joguei foi b5?? e após Cd6 as negras ficam com uma posição ainda mais desesperadora. No entanto, na posição acima mostrada, Cf6 parece ser uma possibilidade melhor para as negras.


Rodrigo Borges x Eider Cruz



Se eu vencesse essa partida, ficaríamos eu, Gazzola e Borges com os mesmo 5 pontos. Infelizmente não foi o que aconteceu. Apesar de nessa posição eu contar com boa vantagem, após 1. b3 Cb2 2. Ce4 Cxd1 3. Txd1 b4 4. g5. No entanto, as coisas não estão assim tão fáceis ainda e é necessário parar o contra-ataque branco na ala do rei. Acabei desarticulando minhas peças com lances tais como Cb6. Rodrigo Borges aproveitou muito bem a oportunidade e o ataque acabou por ser irresistível.

No final das contas a equipe da UFRGS se sagrou campeã mais uma vez por ter somado maior número de pontos e levamos o caneco pra casa.


Mais informações:

Xadrez Gaúcho

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

6º lugar - IV cultura Open

Com o atraso de algumas semanas, finalmente consegui me organizar para postar sobre mais um grande evento de xadrez promovido pela Livraria Cultura. O Torneio contou com a participação de 70 jogadores, dentre eles competidores deficientes visuais com os quais a ONG Vemos com as mãos desenvolve um trabalho espetacular. Esse trabalho foi apresentado aos enxadristas numa palestra oferecida para o público geral no auditório da Livraria Cultura.


A minha participação no torneio na minha avaliação foi mediana. Já na primeira rodada empatei com o enxadrista André Schwartz que eu até então não conhecia, mas que fui avisado antes da partida que era muito forte na época em que jogava torneios ativamente.

Eider Cruz x André Schwartz
Ao fundo, o campeão do Torneio Vitor Hugo Ferreira de pretas x Leonardo Pereira


Jogamos uma Holandesa muito interessante na qual eu me senti muito bem a maior parte do tempo por acreditar que minha vantagem em espaço na ala da dama logo me daria bons fruto. No entanto, acabei simplificando demais e entramos num final final bastante complicado. Num dado momento chegamos a seguinte posição:

Jogam as brancas.

Embora eu já tenha perdido bastante da vantagem que outrora acredito que tivesse, nessa posição ainda tinha grandes esperanças de sair com a vitória na partida. A manobra que executei a partir do Diagrama acima foi 1. Dd8+ Rg7 2. Dg5+ Dg6 3. Dxg6+ Rxg6 4. e4 b6 e as brancas ficam com um peão de vantagem que ao fim acabou não sendo suficiente para vitória, visto que o cavalo é uma peça muito ativa nesse final e o Rei negro está muito bem centralizado. Ainda tive que pelear inclusive para não perder a partida, devido a maioria negra de peões na ala da dama.

Depois desse empate, perdi contra o Eduardo Munoa e empatei numa partida conturbada contra o Karoly. Venci as outras 4 partidas, totalizando 5 pontos em 7 e terminando o torneio em sexto lugar. Para o xadrez que eu apresentei, está de bom tamanho.

Nas três primeiras posições ficaram, Vitor Hugo, Caio Eduardo e Eduardo Munoa. Os três com os mesmos seis pontos.

Maiores informações:



Minha próxima parada agora é nesse sábado dia 04/09 nos Jogos Universitários Gaúchos no qual eu vou ser um dos representantes da equipe da UFRGS no xadrez.

E, no próximo final de semana, a primeira etapa de mais um grande circuito organizado pelo Metrópole Xadrez Clube, dessa vez valendo rating CBX. Vamo que vamo!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

IV Cultura Open!


É com imensa satisfação que convido a todos para participar do IV cultura open. Um torneio que já faz parte da a agenda dos enxadristas gaúchos e tem a presença garantida da maioria dos jogadores mais fortes da região metropolitana de Porto Alegre. Isso devido ao ambiente para os jogos e o alto nível de organização do torneio, além de ser um lugar excelente para a difusão da prática do xadrez.

Eis o folder:

DATA: 14 de Agosto 2010
LOCAL: Livraria Cultura - Bourboun Country - Porto Alegre - Loja 302 Av. Túlio de Rose, 80
EMPARCEIRAMENTO: Sistema suíço de emparceiramento em 7 rodadas.
REFLEXÃO: 15min KO
CRITÉRIOS DE DESEMPATE: Milésimos medianos, Milésimos totais, Berger, Escore progressivo, Número de Vitórias
ARBITRAGEM: AR Marcelo Konrath

PREMIAÇÃO:
Campeão:        Troféu  + Vale-presente no valor de R$ 250,00
2º lugar: Troféu + Vale-presente no valor de R$ 200,00
3º lugar: Troféu + Vale-presente no valor de R$ 100,00
4º a 10 lugar: Camiseta + Medalha

Categorias:
Sub 12: 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Sub 18: 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Veteranos (>50 anos): 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Feminino 1ª : Camiseta IXC + Anuidade IXC

Premiação não acumulativa.
2010-LogoIXC.JPGSorteio de Brindes:
- Anuidades do IXC - www.ixc.com.br
- Livros de Xadrez
- Camisetas do evento

INSCRIÇÕES:
  • a partir do dia 07.08.2010

  • no e-mail: eventos.xadrez@gmail.com
  • limitadas a 70 enxadristas (após as 70 primeiras inscrições, será aberta uma lista de espera)
  • trazer 2 kg de alimentos não perecíveis por participante para doação à entidades carentes

Informações necessárias para inscrição:
• Nome completo
• Data Nascimento
• Cidade
• Telefone
• Email
• Rating CBX / FIDE (se houver)

RelogioXadrez.jpgMATERIAL OBRIGATÓRIO!

Os enxadristas deverão trazer peças e relógio de Xadrez.


PROGRAMAÇÃO:
14 de Agosto - A Livraria Cultura abre suas portas às 10h da manhã
Início da confirmação das inscrições - 13h
1a rodada - 14h
2a rodada - 14h40
3a rodada - 15h20
4a rodada - 16h00
5a rodada - 16h40
6a rodada - 17h20
7a rodada - 18h00
Sorteios de brindes - 19h
Premiação e encerramento - 19h20

Exposição de Xadrez Gigante na frente da Livraria Cultura, local do Torneio.
Peças gigantes de xadrez feitas pela técnica de Papietagem com material reciclável.
ONG Embrião de Alvorada.

MAIORES INFORMAÇÕES:

PATROCÍNIO:
2010-LogosEditorass.JPG
APOIO e ORGANIZAÇÃO: Livraria Cultura :: Internet Xadrez Clube
2010-LogosApoios.JPG

quinta-feira, 11 de março de 2010

GM Andrés Rodrigues x Eider Cruz - Festa da Uva

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Enfrentar um Grande Mestre é sempre uma experiência que fica guardada na memória. Saber que o oponente possui o título mais alto do xadrez mundial e que muito provavelmente estará enxergando sempre um lance a sua frente, nos gera ao mesmo tempo um certo temor e orgulho por ter a oportunidade de enfrentar semelhante titã do xadrez internacional.

Com esses pensamentos um tanto turbulentos foi que iniciei minha partida contra o Andrés Rodrigues. Sabia que minhas possibilidades de obter um resultado positivo não eram muito grandes, embora, claro, eu sonhasse com uma vitória espetacular. Durante a partida eu fiquei somente esperando de que lado viria o golpe que me levaria a Knockout. No meu delírio, cheguei a imaginar até mesmo um golpe mortal que meu adversário pudesse realizar a qualquer momento com Cxf5 e colocar meu rei imediatamente em apuros. Mas eram só delírios, o GM Rodrigues escolheu caminhos muito mais seguros do que um sacríficio que poderia até mesmo colocá-lo em situação de risco.

Minhas possibilidades na partida eram muito boas, embora em cima do tabuleiro eu não as enxergasse muito bem, até porque eu imaginava que Rodrigues dominava por completo os fundamentos da posição e que, como já foi dito, estava sempre enxergando um lance na minha frente. Meus lances h5 e c5 foram jogados, acredito, mais em razão dessas considerações do que quaisquer outras. Ficou claro que esses lances tinham por objetivo mais atrapalhar os planos do meu adversário do que explorar os pontos fracos de sua posição, ativando melhor minhas próprias peças. Minha preocupação era de que as peças dele não jogassem e não de colocar as minhas peças em jogo. Triste conclusão que cheguei depois de refletir bastante sobre a partida: entrei no jogo perdido tanto tecnicamente quanto psicologicamente.

De um modo geral foi um bom jogo e certamente foi uma experiência importante rumo ao meu modesto aperfeiçoamento enxadrístico. Fiquem a vontade para fazer comentários, críticas e sugestões sobre minha partida e minhas análises. Bom jogo.

1.e4 c6 Aqui já tive que tomar minha primeira decisão. Siciliana ou Caro-Kann. Escolhi a segunda opção por ser mais sólida. 2.d4 d5 Fico sempre apreensivo para saber qual é o próximo lance que as brancas vão escolher. Existem muitas opções 3. exd5, 3. e5, 3. Cc3, 3. f3 ... e cada uma dessas opções leva para um tipo diferente de luta. 3.Cd2 dxe4 4.Cxe4 Bf5 5.Cg3 Bg6 6.Bc4 Sou mais acostumado a enfrentar 6. h4 h6 7. h5 Bh7 8. Bd3. O GM Rodrigues já começa a me levar por um caminho ao qual não tenho muita experiência.

6...Cf6 7.C1e2 e6 8.0–0 Be7 O bispo ficaria melhor colocado em d6. 9.f4 É o lance mais agressivo à disposição das brancas. Ameaça imediatamente jogar f5 e abrir linhas para o ataque branco. Para as negras é mistér evitar esse lance a qualquer custo. Aqui pensei em já jogar Bf5 para que depois da tomada Cxf5 eu tenha um ponto de apoio em e4, além de manter o peão em f4 restringingo o bispo das casas pretas das brancas. No entanto, consultando o banco de dados da minha memória me lembrei de um lance que se adequa muito melhor à posição.

9...Qd7 Apesar desse lance dificultar o desenvolvimento do cavalo por vias normais (lê-se em direção ao centro) é necessário, pois coloca mais uma peça de olho no importante ponto estratégico que é a casa f5. 10.Bd3 As brancas continuam seu plano de jogar f5, colocando mais pressão sobre essa casa.


10...Bf5
Um lance estranho, porém justificável psicologicamente e estrategicamente. Jogar 10. ... Bxd3 é praticamente entregar f5 numa bandeja para meu adversário, o que permitiria a ativação de suas peças e, acredite, um GM com peças ativas do outro lado do tabuleiro era o que eu menos queria nesse momento. Embora, após 11. Dxd3 c5 as negras tenham uma posição cômoda e podem desenvolver seu cavalo via c6. Por exemplo, 12. f5 Cc6 com forte pressão central. Com 10. ... Bf5 procurei evitar de vez o lance f5 e, ao mesmo tempo que controlar a coluna "e", ter um ponto forte para minhas peças em e4. O lado negativo desse lance é que ele cede o par de bispos e cria uma debilidade na minha estrutura de peões.

11.Cxf5 exf5 12.c4 0–0 13.b3 Visto que a diagonal c1–h6 está fechada, o bispo vai a procura de outra diagonal que lhe seja mais conveniente. 13...Te8 A torre instintivamente procura a coluna e dá de cara com um bispo bem em sua frente perturbando a sua atividade. Um reflexo do meu erro no oitavo lance. 14.Bb2 Estranhei a casa indefesa que fica em "e3" após o deslocamento do bispo. A coluna "e" parece que vai servir para meus interesses mesmo, e se a debilidade da casa e3 e o bom posto de e4 também estiverem do meu lado, então estarei definitivamente com uma boa posição. Mas vai me convencer disso em cima do tabuleiro! Sempre tive a impressão de que o GM Rodrigues estava seguindo um caminho preestabelecido e que via sempre um lance a minha frente.

14...Ca6
O cavalo se desenvolve por a6-c7 para evitar um futuro d5. 15.Cg3 g6 16.Df3 Já que f5 não foi possível, agora as brancas convergem sua atenção para d5. 16...Cb4 Fiz esse lance com o intuito de descoordenar un poquito as peças de meu forte adversário. Além disso, depois de 17. Bb1 as brancas terão que gastar mais dois tempos com a3 para expulsar meu cavalo e com a retirado do bispo da primeira fileira para novamente conectar as torres. Somando eu ganho um tempo. 17.Bb1 Bf8 Meu bispo sai da incomoda casa e7 para dar passagem à atividade da torre e procura uma diagonal em que será mais útil.
18.a3 Ca6 19.d5 Dessa vez a ruptura não pode ser evitada. 19. d5 chegou para levar a partida para seu estágio final.

19...Bg7 20.dxc6 Dxc6 21.Dxc6 bxc6 22.Bc2 Depois dessa variante forçada, chegamos à uma posição crítica. Um simples erro de avaliação dos componentes estratégicos envolvidos na luta a partir daqui pode levar ao fracasso. E acredito que tenha sido isso o que me sucedeu. Avaliei erroneamente os elementos da luta e acabei por ser derrotado.


Tentarei agora explicar como avaliei essa posição: a primeira vantagem do branco que salta aos olhos é a maioria móvel de peões na ala da dama. A maioria do negro na ala do rei não é tão perigosa dado à debilidade crônica de sua cadeia. A segunda vantagem do branco que eu via é a do par de bispos. Temia o avanço dos peões da ala da dama sustentados por essas duas navalhas e estava certo que minha derrota viria desse avanço sistemático e que, portanto, deveria de todas as formas impedi-lo. O que não me passou pela cabeça foi que ainda há muitas peças no tabuleiro (apenas a dama e uma das peças menores foram trocadas) e que assim a posição não era típica de um final, mas sim, de um meio jogo. Percebendo isso, os aspectos levantados anteriormente perdem muito de seu valor, pois o que mais vale no meio jogo é a coordenação e atividade das peças. Vendo por esse lado, o cavalo e o bispo branco estão em posições não muito boas, enquanto a única peça realmente ativa que possuem pode ser logo trocada com 22. Cg4 (sem contar que esse lance ameaça a invasão do cavalo por e3). Já o cavalo de a6 negro, na borda do tabuleiro, pode facilmente entrar ativamente na batalha por c5. Uma pena que eu não tenha tido a capacidade técnica de ver a posição dessa maneira. No entanto, penso que mesmo assim o meu adversário Grande Mestre encontraria outra forma de me derrotar (ou mesmo eu cometeria outro tipo de erro), mas certamente a partida entraria num caminho muito mais interessante.

22...h5
Um lance fraco, mas que ainda mantém as pretas com vantagem. Teria sido melhor Cg4. O lance do texto tem a idéia de cutucar o cavalo que vigia as importantes casas e4 e e2 e ameaçar a entrada na sétima de minha torre. 23.Tfe1 Um lance simples e bom! A medida que se trocam as peças pesadas, aqueles aspectos do final anteriormente abordados passam a aumentar de valor.

23...c5?! Esse sim é o primeiro erro grave, pois tira a casa pela qual o cavalo de a6 poderia entrar de forma mais ativa no jogo. Melhor era 23. ... h4 seguido de 24. ... Cc5 com excelentes perspectivas de jogo dos cavalos pretos por e4 ou, ainda talvez mais forte, por e6, colocando pressão no peão de f4. 23. ... c5 era desnecessário também porque o peão em c6 controla d5 e b5 de forma eficiente. Joguei esse lance temendo 24. b4 que iniciaria o avanço dos peões brancos, seguido de Ba4, que colocaria pressão sobre o fraco peão em c6. Como se percebe, pensei apenas na atividade das peças do meu adversário e não na atividade das minhas próprias.

24.Tad1 Txe1+
Trocando as peças pesadas eu dou uma ajuda para os planos do meu adversário. Era melhor 24. ... Cc7 que depois de 25. b4 Ce6 as negras não teriam nada a temer devido a boa coordenação de suas peças. 25.Txe1 Te8? E esse é outro erro grave. Trocando a última torre restante, todas as vantagens no final que as brancas possuem, embora não esteja ainda tão fácil de converter, acabam por se tornar decisivas. Ainda era preferível 25. ... Cc7. 26.Txe8+ Cxe8 27.Bxg7 Rxg7 28.Ce2 Cd6 29.Rf2 Cc7 30.Bd3 a5 31.Cc3 Veja como d5 e b5 podem ser facilmente exploradas pelas brancas.

31...Rf6 A partida seguiu mais uns 15 lances, mas nesse momento eu entrei nos cinco minutos e parei de anotar. O que posso dizer é que aconteceu o lógico, as brancas com muito técnica criaram um peão passado na ala da dama e venceram. 1–0

segunda-feira, 8 de março de 2010

Torneio da festa da uva - deu a lógica.


O torneio da Festa da uva consegue se superar a cada edição. Dessa vez promoveu o mais forte torneio dos últimos tempos no Brasil, com a presença de 290 enxadristas de diversas partes do Brasil e do mundo. Além do mais, pude comprovar que Ivanchuk é de carne osso, e não apenas uma inesgotável fonte de idéias para o xadrez. Ivanchuk mais parececia uma miragem no meio de tanta gente. Quando ele chegou no local dos jogos no início do torneio, todos o olhavam com assombro e espanto, estava ali diante de todos uma lenda viva, alguém que possui o ponto alto da mestria no xadrez, mas depois de um tempo foi até possível esbarrar com esse ser até a pouco intocável no banheiro ou no restaurante, por exemplo.


Ivanchuk ao chegar no local dos jogos


Num momento apropriado, aproveitei para pedir para tirar uma foto com ele. Arranhei um desnecessário inglês, porque ele muito bem entende o português, e ele consentiu com a cabeça. Depois que o Rubens Castro tirou a foto, agradeci e ele novamente acenou com a cabeça. Acho que não ouvi nenhuma palavra de Ivanchuk, a não ser na entrevista que ele concedeu para a televisão antes do evento e na sua derrota contra Milos, quando ele pronunciou algumas palavras que eu de longe não pude ouvir, mas percebi seus gestos bruscos e suas expressões faciais pra lá de esquisitas.

Eis a foto histórica que tirei com o Ivanchuk:


No final acabou dando a lógica. O Ucraniano venceu o torneio com 8 pontos, apesar de ter tomado um susto com sua derrota contra o Gigante Milos, seguido do invicto Sandro Mareco também com 8. A minha espectativa era de que ele fizesse 9 em 9, ou no máximo cedesse meio ponto a um dos seus fortes adversários. Mas Gilberto Milos, seis vezes campeão brasileiro, surpreendeu a todos, derrotando-o consistentemente e recebendo os aplausos do público ali presente. Até mesmo eu, que estava concentrado na minha partida contra o GM Andrés Rodrigues, mas acompanhando sempre a partida da primeira mesa pelo telão, não resisti e também aplaudi.



Foi uma grande experiência ter visto tantos Grandes Mestres juntos em ação. Pessoas que dedicam sua vida à arte do xadrez e que têm uma extraordinária compreensão das 64 casas do tabuleiro e das nuanças do xadrez competitivo de alto nível. Ninguém estava ali para perder, a derrota era a última opção. A auto-confiança daqueles Grandes Mestres e Mestres Internacionais que disputavam o título era aparente no olhar que lançavam para o tabuleiro. Realmente foi muito produtiva a experiência de ver tantos jogadores consagradamente fortes se enfrentando.

Não posso deixar de falar também do ídolo da minha infância enxadrística, Mequinho. Lembro que logo que comecei a jogar xadrez na sogipa, a professora que me ensinou a mexer as peça, que era sócia-atleta do clube, tirou um livro da biblioteca para mim, que se não me engano se tratava do primeiro campeonato brasileiro conquistado por Mequinho quando tinha apenas 13 anos. Me causou forte impressão suas partidas, principalmente a penúltima partida em que Olicio Gadia oferece empate para Mequinho e o guri na mesma hora sugere que o mestre abandone para logo depois demostrar como venceria a partida. Detalhe que Mequinho precisava só do empate pra ser campeão antecipado. Estava ali quem eu queria ser quando crescesse. Agora que cresci pude ter o prazer novamente de vê-lo jogar ao vivo e tirar uma foto ao lado dele.



Para finalizar fico com as palavras de Marcelo Diaz que arrancaram um farto sorriso de Vassily Ivanchuk: "Obrigado por ter vindo, é um sonho para nós".

Nos próximos dias volto com a análise de algumas partidas minhas, em especial a contra o GM Andrés Rodrigues em que pude jogar bem e entrar num final bonito no qual cometi alguns erros que Andrés estava esperando e, claro, perdi a partida.

Abraço a todos e até a próxima aventura!