
Criei este blog para que minhas reflexões acerca do xadrez não fiquem apenas no mundo das ideias. Assim sendo, irei relatar minhas experiências, publicar meus textos, minhas opiniões e tudo mais que me vier à cabeça e que seja relacionado a essa Grande Arte.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
II Torneio Aberto Cidade de dois Irmãos - 5º Lugar

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Campeonato Aberto e Torneio Natalino do Metrópole Xadrez Clube
E dessa vez os enxadristas foram brindados com mais dois excelentes eventos num só fim de semana (04/12 e 05/12), realizado pelo Highlander MXC. Uma pena que eu não achei as fotos do evento para poder ilustrar melhor para os leitores. Assim que eu conseguir algumas fotos com os organizadores, prometo postar aqui.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Exercício III
Folheando as páginas encontrei a posição abaixo na partida Stahlberg x Boleslavsky pela primeira rodada do torneio. Os jogadores acordaram empate após 1. Ce8+ Rg8 2. Cf6+ Rg7 3. Ch5+ Rg6 4. g4 Cc5. No entanto, a partir do diagrama apresentado, as brancas tem uma continuação que as deixa com vantagem decisiva. Não é nada fácil de encontrar, acredito que seja daquelas variantes inumanas. Mas em todo o caso lanço o desafio para os amigos. Dentro de alguns dias eu mostro a resposta. Deixem suas sugestões nos comentários e nada de Engines!
Jogam as brancas
Qual a melhor continuação?
Tema - Zug
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Torneio DC Navegantes no Correio do Povo

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Márcio Dornelles x Eider Cruz - Torneio Aberto da AABB
1.d4 Cf6 2.c4 g6 3.Cc3 d5 4.cxd5 Cxd5 5.e4 Cxc3 6.bxc3 Bg7 7.Be3 O lance textual foi utilizado por Karpov no match pelo título mundial de 1990. Uma opção mais popular é 7.Bc4. 7...c5 8.Dd2 Da5 9.Td1?! A variante crítica nessa posição é 9.Tb1 cxd4 10.cxd4 Dxd2+ 11.Rxd2. Outra possibilidade é Da5 9.Tc1 0–0 10.Cf3. O lance jogado é menos ativo e a prática tem demonstrado não ser esta a melhor posição para a TD. De toda forma, a retirada da Ta1, bem como o movimento Dd2, visam facilitar o futuro avanço d5, temático para o branco na Grunfeld. 9...0–0 10.Cf3 Bg4 Típica cravada da Defesa Grunfeld. Nessa posição o branco detém um forte par de peões centrais que, entretanto, é objeto de forte pressão por parte do preto através da diagonal a1–h8, coluna d, Cc6, Da5 e Bg4. Típica cravada da Defesa Grunfeld. Nessa posição o branco detém um forte par de peões centrais que, entretanto, é objeto de forte pressão por parte do preto através da diagonal a1–h8, coluna d, Cc6, Da5 e Bg4. 11.Be2 Td8 Nessa posição foi jogado 12- 0–0 Cc6 13 Db2 cxd4 14 cxd4 Td7 na partida Yugina (2032)-Danin (2420)- Memorial Tchigorin, 2004, com equilíbrio. 12.h3? Após 12... Bxf3 13 Bxf3 Cc6 14 0–0 cxd4 15 cxd4 16 Dxd2 Txd2 17 Bxd4 o peão central branco cai. 12...Be6? 13.0–0!?


Essa posição é muito importante, porque nesse momento o branco deve escolher o plano que norteará suas ações no meio-jogo. Inicialmente pensei em ativar minhas torres impedindo qualquer avanço dos peões pretos na ala da dama, o que parece ser uma ideia. Ocorre que isso é insuficiente, o branco deveria também resolver a questão dos peões centrais, que em breve, como se verá, serão alvos de contra-ataque. Enquanto isso o preto deverá se preocupar com o seu desenvolvimento atrasado, ao mesmo tempo em que impede o avanço dos peões centrais.
17.Ta2 a6 18.Tc1 Cd7 19.Tc7 Essa penetração na sétima fila se mostrou inócua. Melhor seria reforçar a pressão na coluna c com 19 Tcc2. 19...Rf8 Não havia necessidade de defender o peão de e7, já que após 19... Cf6 20 Txe7 Bf8 21 Tc7 Cxe4 e o branco terá dificuldades para defender d5. 20.Cd4 A idéia desse lance era possibilitar um futuro f4, centralizar o cavalo e reduzir o alcance do BR preto na longa diagonal. 20. ... Be5 Obrigando a torre branca a voltar para casa de mãos vazias. Agora depois de Cf6 o branco terá dificuldades em mobilizar seu centro. Aos poucos Eider ativa suas peças.) 21.Tc1 Cf6 22.Cf3 Fritz aponta este lance também. A opção era Bd3 defendendo imediatamente o peão de e4 e projetando um futuro f4. A idéia do lance é simplesmente afastar o bloqueador Be5, ao mesmo tempo em que dificulta a ligação entre as torres.
22. ... Bb8 23.Bb6 Momento crítico. Esse lance era muito tentador, bloqueia os peões negros com ganho de tempo em cima da torre. Entretanto, e isso fará a diferença na posição, permite que o BR negro volte ao jogo ao ocupar a diagonal c1–h6. O simples 23-Bd3 daria bom jogo ao branco após 23... Bd7 24- Tb1 b5 25 Tca1 Tc8 e agora 26 Txa6 recupera o peão. 23...Te8 24.Tac2? Ponto de inflexão no jogo. A torre estava melhor colocada na coluna a. A alternativa era jogar 24 Bd3 ao que poderia seguir Bd7 25 Bd4 Tc8 26 Tb1 pressionando os peões da ala da dama. O branco não aproveita sua vantagem espacial, de caráter temporário, e aos poucos o preto resolve seus problemas de desenvolvimento. 24...Bd7 25.Bd3 Bf4 26.Tb1 O jogo mudou totalmente. As peças pretas agora estão ativas e há um peão de vantagem. 26...Tec8 27.Tcb2 Tc3! Iniciando a penetração pela coluna c e aproveitando a situação indefesa do Bd3. 28.Ce1 Tac8 29.Bd4 Tc1 30.Txb7? Já no apuro de tempo, o branco comete um erro grave. Era necessário jogar g3 e Rg2 livrando-se da incomoda cravada do Ce1. 30...Bb5! Aproveitando-se do erro anterior

31.Txc1 Txc1 32.Bxb5 axb5 33. Rf1 Bd2? O lance mais lógico, mas que permite que as brancas pelo menos igualem a partida. No entanto, 33. ... Cxe4 34. Re2 Cd6 mantem todas as vantagens da posição negra. 34. Re2 Bxe1 35. e5?? 35. d6!! colocaria o branco de volta no jogo 35. ... Cxd5 36. e6. fxe6 0–1
domingo, 28 de novembro de 2010
I Torneio Aberto DC Shopping de xadrez - 5º lugar


Antes dessa partida havia vencido o Jairo Luz na primeira rodada e na segunda, numa partida que sofri um trauma similar ao da partida jogada contra o Guilherme, venci o Abrão Spritzer. Na quarta rodada ainda meio abalado pela derrota anterior, enfrentei Leandro Castro, uma das melhores amizades conquistadas nesses anos de xadrez. Nossa partida foi boa, Leandro sacrificou duas peças pela torre e obteve um bom ataque como compensação, mas depois que o ataque foi segurado, consegui vencer a partida graças a vantagem material.



sábado, 27 de novembro de 2010
Torneio Aberto da AABB - Vice-campeão!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Torneio Aberto Cidade de Dois Irmãos - Campeão!




sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Semifinal do Campeonato Brasileiro Absoluto

segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Circuito Pensado MXC - 4º lugar e Semifinal Brasileiro de Xadrez

quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Estadual Universitário - 3° Lugar

Nessa partida eu joguei numa posição restringida o tempo todo, sempre na ânsia de me libertar. Nesse momento em que a partida se dirigia ao seu final, cometi um erro crucial que me levou rapidamente à derrota. Muito graças a essa minha ansiedade pela liberdade e também ao tempo no relógio que começava a ficar escasso. O lance que joguei foi b5?? e após Cd6 as negras ficam com uma posição ainda mais desesperadora. No entanto, na posição acima mostrada, Cf6 parece ser uma possibilidade melhor para as negras.
Rodrigo Borges x Eider Cruz

Se eu vencesse essa partida, ficaríamos eu, Gazzola e Borges com os mesmo 5 pontos. Infelizmente não foi o que aconteceu. Apesar de nessa posição eu contar com boa vantagem, após 1. b3 Cb2 2. Ce4 Cxd1 3. Txd1 b4 4. g5. No entanto, as coisas não estão assim tão fáceis ainda e é necessário parar o contra-ataque branco na ala do rei. Acabei desarticulando minhas peças com lances tais como Cb6. Rodrigo Borges aproveitou muito bem a oportunidade e o ataque acabou por ser irresistível.
No final das contas a equipe da UFRGS se sagrou campeã mais uma vez por ter somado maior número de pontos e levamos o caneco pra casa.

Mais informações:
Xadrez Gaúcho
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
6º lugar - IV cultura Open
Ao fundo, o campeão do Torneio Vitor Hugo Ferreira de pretas x Leonardo Pereira
Jogamos uma Holandesa muito interessante na qual eu me senti muito bem a maior parte do tempo por acreditar que minha vantagem em espaço na ala da dama logo me daria bons fruto. No entanto, acabei simplificando demais e entramos num final final bastante complicado. Num dado momento chegamos a seguinte posição:
terça-feira, 3 de agosto de 2010
IV Cultura Open!
É com imensa satisfação que convido a todos para participar do IV cultura open. Um torneio que já faz parte da a agenda dos enxadristas gaúchos e tem a presença garantida da maioria dos jogadores mais fortes da região metropolitana de Porto Alegre. Isso devido ao ambiente para os jogos e o alto nível de organização do torneio, além de ser um lugar excelente para a difusão da prática do xadrez.
Eis o folder:
DATA: 14 de Agosto 2010
LOCAL: Livraria Cultura - Bourboun Country - Porto Alegre - Loja 302 Av. Túlio de Rose, 80
EMPARCEIRAMENTO: Sistema suíço de emparceiramento em 7 rodadas.
REFLEXÃO: 15min KO
CRITÉRIOS DE DESEMPATE: Milésimos medianos, Milésimos totais, Berger, Escore progressivo, Número de Vitórias
ARBITRAGEM: AR Marcelo Konrath
PREMIAÇÃO:
Campeão: Troféu + Vale-presente no valor de R$ 250,00
2º lugar: Troféu + Vale-presente no valor de R$ 200,00
3º lugar: Troféu + Vale-presente no valor de R$ 100,00
4º a 10 lugar: Camiseta + Medalha
Categorias:
Sub 12: 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Sub 18: 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Veteranos (>50 anos): 1º : Camiseta + Medalha, 2º: Medalha e 3º: Medalha
Feminino 1ª : Camiseta IXC + Anuidade IXC
Premiação não acumulativa.
- Anuidades do IXC - www.ixc.com.br
- Livros de Xadrez
- Camisetas do evento
INSCRIÇÕES:
a partir do dia 07.08.2010
- no e-mail: eventos.xadrez@gmail.com
- limitadas a 70 enxadristas (após as 70 primeiras inscrições, será aberta uma lista de espera)
- trazer 2 kg de alimentos não perecíveis por participante para doação à entidades carentes
Informações necessárias para inscrição:
• Nome completo
• Data Nascimento
• Cidade
• Telefone
• Rating CBX / FIDE (se houver)
MATERIAL OBRIGATÓRIO!
Os enxadristas deverão trazer peças e relógio de Xadrez.
PROGRAMAÇÃO:
14 de Agosto - A Livraria Cultura abre suas portas às 10h da manhã
Início da confirmação das inscrições - 13h
1a rodada - 14h
2a rodada - 14h40
3a rodada - 15h20
4a rodada - 16h00
5a rodada - 16h40
6a rodada - 17h20
7a rodada - 18h00
Sorteios de brindes - 19h
Premiação e encerramento - 19h20
Exposição de Xadrez Gigante na frente da Livraria Cultura, local do Torneio.
Peças gigantes de xadrez feitas pela técnica de Papietagem com material reciclável.
ONG Embrião de Alvorada.
MAIORES INFORMAÇÕES:
- no e-mail: eventos.xadrez@gmail.com
- pelo telefone 51.3028.4033
PATROCÍNIO:
APOIO e ORGANIZAÇÃO: Livraria Cultura :: Internet Xadrez Clube
quinta-feira, 11 de março de 2010
GM Andrés Rodrigues x Eider Cruz - Festa da Uva

Enfrentar um Grande Mestre é sempre uma experiência que fica guardada na memória. Saber que o oponente possui o título mais alto do xadrez mundial e que muito provavelmente estará enxergando sempre um lance a sua frente, nos gera ao mesmo tempo um certo temor e orgulho por ter a oportunidade de enfrentar semelhante titã do xadrez internacional.
Com esses pensamentos um tanto turbulentos foi que iniciei minha partida contra o Andrés Rodrigues. Sabia que minhas possibilidades de obter um resultado positivo não eram muito grandes, embora, claro, eu sonhasse com uma vitória espetacular. Durante a partida eu fiquei somente esperando de que lado viria o golpe que me levaria a Knockout. No meu delírio, cheguei a imaginar até mesmo um golpe mortal que meu adversário pudesse realizar a qualquer momento com Cxf5 e colocar meu rei imediatamente em apuros. Mas eram só delírios, o GM Rodrigues escolheu caminhos muito mais seguros do que um sacríficio que poderia até mesmo colocá-lo em situação de risco.
Minhas possibilidades na partida eram muito boas, embora em cima do tabuleiro eu não as enxergasse muito bem, até porque eu imaginava que Rodrigues dominava por completo os fundamentos da posição e que, como já foi dito, estava sempre enxergando um lance na minha frente. Meus lances h5 e c5 foram jogados, acredito, mais em razão dessas considerações do que quaisquer outras. Ficou claro que esses lances tinham por objetivo mais atrapalhar os planos do meu adversário do que explorar os pontos fracos de sua posição, ativando melhor minhas próprias peças. Minha preocupação era de que as peças dele não jogassem e não de colocar as minhas peças em jogo. Triste conclusão que cheguei depois de refletir bastante sobre a partida: entrei no jogo perdido tanto tecnicamente quanto psicologicamente.
1.e4 c6 Aqui já tive que tomar minha primeira decisão. Siciliana ou Caro-Kann. Escolhi a segunda opção por ser mais sólida. 2.d4 d5 Fico sempre apreensivo para saber qual é o próximo lance que as brancas vão escolher. Existem muitas opções 3. exd5, 3. e5, 3. Cc3, 3. f3 ... e cada uma dessas opções leva para um tipo diferente de luta. 3.Cd2 dxe4 4.Cxe4 Bf5 5.Cg3 Bg6 6.Bc4 Sou mais acostumado a enfrentar 6. h4 h6 7. h5 Bh7 8. Bd3. O GM Rodrigues já começa a me levar por um caminho ao qual não tenho muita experiência.

10...Bf5 Um lance estranho, porém justificável psicologicamente e estrategicamente. Jogar 10. ... Bxd3 é praticamente entregar f5 numa bandeja para meu adversário, o que permitiria a ativação de suas peças e, acredite, um GM com peças ativas do outro lado do tabuleiro era o que eu menos queria nesse momento. Embora, após 11. Dxd3 c5 as negras tenham uma posição cômoda e podem desenvolver seu cavalo via c6. Por exemplo, 12. f5 Cc6 com forte pressão central. Com 10. ... Bf5 procurei evitar de vez o lance f5 e, ao mesmo tempo que controlar a coluna "e", ter um ponto forte para minhas peças em e4. O lado negativo desse lance é que ele cede o par de bispos e cria uma debilidade na minha estrutura de peões.
11.Cxf5 exf5 12.c4 0–0 13.b3 Visto que a diagonal c1–h6 está fechada, o bispo vai a procura de outra diagonal que lhe seja mais conveniente. 13...Te8 A torre instintivamente procura a coluna e dá de cara com um bispo bem em sua frente perturbando a sua atividade. Um reflexo do meu erro no oitavo lance. 14.Bb2 Estranhei a casa indefesa que fica em "e3" após o deslocamento do bispo. A coluna "e" parece que vai servir para meus interesses mesmo, e se a debilidade da casa e3 e o bom posto de e4 também estiverem do meu lado, então estarei definitivamente com uma boa posição. Mas vai me convencer disso em cima do tabuleiro! Sempre tive a impressão de que o GM Rodrigues estava seguindo um caminho preestabelecido e que via sempre um lance a minha frente.
14...Ca6 O cavalo se desenvolve por a6-c7 para evitar um futuro d5. 15.Cg3 g6 16.Df3 Já que f5 não foi possível, agora as brancas convergem sua atenção para d5. 16...Cb4 Fiz esse lance com o intuito de descoordenar un poquito as peças de meu forte adversário. Além disso, depois de 17. Bb1 as brancas terão que gastar mais dois tempos com a3 para expulsar meu cavalo e com a retirado do bispo da primeira fileira para novamente conectar as torres. Somando eu ganho um tempo. 17.Bb1 Bf8 Meu bispo sai da incomoda casa e7 para dar passagem à atividade da torre e procura uma diagonal em que será mais útil.
19...Bg7 20.dxc6 Dxc6 21.Dxc6 bxc6 22.Bc2 Depois dessa variante forçada, chegamos à uma posição crítica. Um simples erro de avaliação dos componentes estratégicos envolvidos na luta a partir daqui pode levar ao fracasso. E acredito que tenha sido isso o que me sucedeu. Avaliei erroneamente os elementos da luta e acabei por ser derrotado.

22...h5 Um lance fraco, mas que ainda mantém as pretas com vantagem. Teria sido melhor Cg4. O lance do texto tem a idéia de cutucar o cavalo que vigia as importantes casas e4 e e2 e ameaçar a entrada na sétima de minha torre. 23.Tfe1 Um lance simples e bom! A medida que se trocam as peças pesadas, aqueles aspectos do final anteriormente abordados passam a aumentar de valor.
24.Tad1 Txe1+ Trocando as peças pesadas eu dou uma ajuda para os planos do meu adversário. Era melhor 24. ... Cc7 que depois de 25. b4 Ce6 as negras não teriam nada a temer devido a boa coordenação de suas peças. 25.Txe1 Te8? E esse é outro erro grave. Trocando a última torre restante, todas as vantagens no final que as brancas possuem, embora não esteja ainda tão fácil de converter, acabam por se tornar decisivas. Ainda era preferível 25. ... Cc7. 26.Txe8+ Cxe8 27.Bxg7 Rxg7 28.Ce2 Cd6 29.Rf2 Cc7 30.Bd3 a5 31.Cc3 Veja como d5 e b5 podem ser facilmente exploradas pelas brancas.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Torneio da festa da uva - deu a lógica.
O torneio da Festa da uva consegue se superar a cada edição. Dessa vez promoveu o mais forte torneio dos últimos tempos no Brasil, com a presença de 290 enxadristas de diversas partes do Brasil e do mundo. Além do mais, pude comprovar que Ivanchuk é de carne osso, e não apenas uma inesgotável fonte de idéias para o xadrez. Ivanchuk mais parececia uma miragem no meio de tanta gente. Quando ele chegou no local dos jogos no início do torneio, todos o olhavam com assombro e espanto, estava ali diante de todos uma lenda viva, alguém que possui o ponto alto da mestria no xadrez, mas depois de um tempo foi até possível esbarrar com esse ser até a pouco intocável no banheiro ou no restaurante, por exemplo.

No final acabou dando a lógica. O Ucraniano venceu o torneio com 8 pontos, apesar de ter tomado um susto com sua derrota contra o Gigante Milos, seguido do invicto Sandro Mareco também com 8. A minha espectativa era de que ele fizesse 9 em 9, ou no máximo cedesse meio ponto a um dos seus fortes adversários. Mas Gilberto Milos, seis vezes campeão brasileiro, surpreendeu a todos, derrotando-o consistentemente e recebendo os aplausos do público ali presente. Até mesmo eu, que estava concentrado na minha partida contra o GM Andrés Rodrigues, mas acompanhando sempre a partida da primeira mesa pelo telão, não resisti e também aplaudi.
Foi uma grande experiência ter visto tantos Grandes Mestres juntos em ação. Pessoas que dedicam sua vida à arte do xadrez e que têm uma extraordinária compreensão das 64 casas do tabuleiro e das nuanças do xadrez competitivo de alto nível. Ninguém estava ali para perder, a derrota era a última opção. A auto-confiança daqueles Grandes Mestres e Mestres Internacionais que disputavam o título era aparente no olhar que lançavam para o tabuleiro. Realmente foi muito produtiva a experiência de ver tantos jogadores consagradamente fortes se enfrentando.
Não posso deixar de falar também do ídolo da minha infância enxadrística, Mequinho. Lembro que logo que comecei a jogar xadrez na sogipa, a professora que me ensinou a mexer as peça, que era sócia-atleta do clube, tirou um livro da biblioteca para mim, que se não me engano se tratava do primeiro campeonato brasileiro conquistado por Mequinho quando tinha apenas 13 anos. Me causou forte impressão suas partidas, principalmente a penúltima partida em que Olicio Gadia oferece empate para Mequinho e o guri na mesma hora sugere que o mestre abandone para logo depois demostrar como venceria a partida. Detalhe que Mequinho precisava só do empate pra ser campeão antecipado. Estava ali quem eu queria ser quando crescesse. Agora que cresci pude ter o prazer novamente de vê-lo jogar ao vivo e tirar uma foto ao lado dele.
Nos próximos dias volto com a análise de algumas partidas minhas, em especial a contra o GM Andrés Rodrigues em que pude jogar bem e entrar num final bonito no qual cometi alguns erros que Andrés estava esperando e, claro, perdi a partida.
Abraço a todos e até a próxima aventura!